sábado, 4 de dezembro de 2010

"A beleza de ser um eterno aprendiz"

Não foram poucas as vezes em que tudo o que é superficial se sobressaiu ao real.
Por tantas vezes já me vi chateada ou apreensiva por motivos de beleza - minha ou alheia - esquecendo do valor que atrubuí um dia à essas classificações...
Beleza é importante, sempre foi e creio que sempre será. Mas o mais importante ainda é o fato de que "a beleza está nos olhos de quem vê". Clichê, porém real.
Claro que existe a beleza padronizada, aquela que "qualquer um no mundo" vai concordar que é agradável aos olhos... mas sempre há algum do contra que não vai achar o mesmo que você, ou o que "o mundo todo acha", como quiser crer. E esses padrões acabam com vidas, com auto-estimas, com a capacidade das pessoas de amarem a si mesmas.
É normal quando você começa a crescer, você se achar um monstrinho. Eu me achava um monstrinho na fase dos meus 9 a 15 anos, mas ainda assim eu sempre via algo bom, sempre buscava acreditar na minha mãe (hahaha) por mais que as coisas e pessoas ao meu redor procurassem provar o contrário.
As meninas bonitas da escola, as mais altas e magras, com seios e bunda, e sempre ficando/namorando com vários meninos, passavam uma imagem de ideal pra se seguir; e nas conversas dos garotos, o ideal sempre parecia ser que a beleza externa era o item crucial... Triste engano.
A maioria de fato parece ser assim, afinal, o mundo é um lugar tomado por valores da moda, prazeres passageiros, primeira impressão, primeiro impacto, tudo isso que gira ao redor da beleza -  o que não seria ruim se as pessoas soubessem valorizar e serem valorizadas como um todo.
Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que nunca me importei com o externo de alguém, ou que nunca comentei negativamente sobre a roupa ou a aparência de alguma pessoa (des)conhecida... porém sempre durante ou depois de tal ato, me sinto um pouco desconfortável. "Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você", né. O que é "feio" aos meus olhos pode ser bonito à outros, e vice-versa. Mas não passam de conceitos, o que nos dá a capacidade de amar com certeza está além do que se vê...
Ao fim, o que importa pra mim, e o que chamo de "real beleza", é aquilo que nem sempre se vê, os detalhes, ou o que está por trás deles.
Gosto de reparar no formato dos olhos, na cor deles, e na forma como eles brilham. Aí eu descubro o olhar, uma coisa fantástica que tem o poder de falar sem palavras...
Gosto de reparar na pele, nas imperfeições e perfeições que cada uma sempre apresenta, nos detalhes... aí depois talvez eu descubra o abraço, o aperto de mão, a forma de concretizar sentimentos que cada um tem.
Gosto das diferentes formas de narizes, bocas, orelhas, mãos, e até pés... e é engraçado como cada forma combina com cada pessoa, por mais "feio" que a princípio lhe pareça. E estas partes sempre marcam as pessoas, sempre chamam a atenção ou as valorizam de alguma forma...
Gosto dos cabelos. Tá, eu amo cabelos, hahaha. Lisos, crespos, enrolados, ondulados, embramados, escovados, coloridos, naturais, compridos, curtos, ausentes... transformam cada pessoa em única, são motivos de piadas ou elogios, e por mais sujos, embaraçados ou ausentes que estejam, sempre clamam por um cafuné...
E por fim, os corpos. Motivos de uma intriga eterna com os espelhos, ou de receio perante os outros, mas sempre, sempre incrivelmente lindos.
Magros, gordos, com estrias, sem estrias, com celulites, sem celulites, simétricos, assimétricos... são sempre um corpo, algo que marca a identidade de cada um, que alguém sempre irá amar, que alguém provavelmente algo irá repudiar, mas que, como li uma vez, não deixará de ser o lugar onde sua alma habita, que é aonde residem os sentimentos, os pensamentos, tudo o que você realmente é.
Os padrões servem pra nos confundir, mas a vida em sociedade pede por eles. Só que os padrões tornam-se regras, e as pessoas esquecem que para toda a regra há uma excessão...
No fim, o que vale é o "conjunto da obra", os detalhes, os sentimentos, as ações, o todo. O amor.
Amar a si como se ama o outro, e vice-versa. Se perdoar pelas suas imperfeições. Aceitar os seus erros. Procurar mudar o que é possível, e conviver com o que não é.
Meus defeitos sempre existirão, assim como o dos outros, e eu não vou me adaptar por completo. E nem posso, o comodismo é a morte em vida, se eu não enxergar as imperfeições eu não vou querer melhorar...
Mas não faça das suas imperfeições a sua vida, e sim a engrenagem dela.

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